Musculação para Crianças e Adolescentes
INTRODUÇÃO
Muitas são as teorias e
questionamentos sobre o uso do exercício resistido para crianças e
adolescentes.
Grande parte das controvérsias se dão devido a ausência de
conhecimento sobre fisiologia e biomecânica, maturação e
desenvolvimento ósseo que são áreas de conhecimento que possibilitam o
suporte para compreender que o exercício resistido é um exercício seguro
e eficaz, além de auxiliar no crescimento e maturação óssea.
Não
se pode negar que no campo fisiológico é um excelente exercício, porém,
em outros campos importantes do crescimento a atividade de musculação
deixa à desejar. Campo esses referentes a aprendizagem de regras
sociais, convívio com pessoas da mesma idade e objetivos, aprendizagem
de habilidades básicas para atividades físicos desportivas,
desenvolvimento de percepção espaço-temporal, lateralidade, entre
outras.
O objetivo deste artigo é realizar uma fundamentação
teórica que venha a possibilitar uma reflexão acerca dos aspectos
positivos do exercício resistido para crianças e adolescentes. Para
tanto, nos reportaremos a alguns artigos que evidenciam esses aspectos
positivos do treinamento resistido.
REVISÃO
Adolescência
é uma fase intermediária do desenvolvimento humano, que compreende a
faixa etária entre 10 a 19 anos segundo a Organização Mundial de Saúde
(OMS), período entre a infância e a fase adulta. Segundo Muuss6, a
palavra “adolescência” é derivada do verbo “adolescere” significando
“crescer” ou “crescer até a maturidade”. Crescimento refere-se ao
aumento em tamanho do corpo ou de uma de suas partes e desenvolvimento
refere-se às mudanças funcionais que ocorrem com o crescimento.
Vários
estudos com crianças e adolescentes têm demonstrado o benefício da
atividade física no estímulo ao crescimento e desenvolvimento, prevenção
da obesidade, incremento da massa óssea, aumento da sensibilidade à
insulina, melhora do perfil lipídico, diminuição da pressão arterial,
desenvolvimento da socialização e da capacidade de trabalhar em equipe1,2.
O
que não está claro e se tornou motivo de conflito entre pais, pacientes
e médicos é a definição de qual seria o melhor esporte ou atividade
física para estimular o crescimento e o desenvolvimento de crianças e
adolescentes.Nos consultórios são comuns questões como: “Que esporte o
senhor(a) recomenda para ajudar meu filho com baixa estatura a crescer
mais?”; “Meu filho já pode fazer musculação?”; “É verdade que ginástica
olímpica diminui e o basquete aumenta a previsão de altura final?”;
“Dançarinas de balé deixam de menstruar?”; “A atividade física melhora o
desenvolvimento ósseo?”3
Porém,
o exercício físico realizado próximo ao pico máximo da velocidade de
crescimento, ou seja, no início da puberdade, é mais efetivo para
potencializar o ganho de massa óssea1,4.
Os
efeitos osteogênicos dos exercícios dependem ainda da magnitude da
carga e da freqüência de aplicação que, quando repetidas, resultam em
hipertrofia óssea.4 No que se refere à questão do crescimento
longitudinal ósseo, constatou-se através do citado estudo, que não se
pode afirmar com certeza que a musculação trás danos ao indivíduo jovem.
Este estudo mostrou um resultado positivo em relação ao crescimento
longitudinal ósseo de adolescentes, sendo esse um pressuposto que afasta
o preconceito de algumas pessoas das quais sem nenhum embasamento
técnico-científico afirmam que a referida atividade “trás prejuízo a
estatura final dos adolescentes”5.
Estudos
evidenciam indicação de treinamento resistido tanto para crianças
quanto adolescentes e que estes podem aumentar a força muscular em
conseqüência de um treinamento de força8,9. Os riscos de um treinamento
de força bem orientado e individualizado são praticamente nulos10, já
que nenhum tipo de lesão foi reportado em estudos supervisionados de
forma competente, ou seja, estudos bem delineados, conduzidos por
instrutores qualificados e planejados de forma específica para a idade11.
CONSIDERAÇÔES FINAIS
Os
autores referem positivamente a indicação de treinamento resistido para
crianças e adolescentes no que diz respeito aos aspectos fisiológicos e
maturacionais e osteôgenicos, porém, resta dúvidas sobre os efeitos
positivos sobre outros fatores ainda não pesquisados, como
sociabilidade, lateralidade e percepção espaço-temporal, entre outros
questões inerentes ao crescimento.
Por Demetrius Brandão
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