Musculação e Fases do Ciclo Menstrual no Treinamento para Mulheres
INTRODUÇÃO
A Jovem adolescente ao
chegar a sua primeira menarca escuta de sua mãe: Filha, não podes mais
brincar com os meninos, sair correndo de saia e nem subir em árvores,
há, e tem mais, enquanto estiver assim nada de manga com leite, limão e
etc. Cresce então a mulher com diversos tabus culturais sobre o período
menstrual, a grande maioria, nada tem haver com o que cientificamente
tem-se demonstrado sobre esse lindo período feminino. Como já dizia o
poeta Pernambucano Valdo Tenório: “ A menstruação é um choro desesperado
de um ovário abandonado. Menstruação é sinal de saúde!! E não ao
contrário!!!
O preconceito em relação à participação da mulher em
atividades esportivas remonta à Grécia Antiga, quando ela era proibida
até mesmo de assistir aos Jogos Olímpicos. Durante muito tempo ela foi
poupada da prática de esportes pela crença de que o exercício poderia
ser prejudicial à sua saúde. Posteriormente, foi permitido o seu
ingresso em algumas modalidades de exercícios leves, que não trouxessem
“risco” de complicações a um grupo que ainda era considerado frágil e
provavelmente não resistiria a esforços mais intensos. Apenas em 1972 as
mulheres foram admitidas a participar de competições oficiais de
maratonas e outros eventos de mais longa duração, LEITÃO ET.al.1
O objetivo desse artigo é elucidar algumas questões do paradigma sobre treinamento de força e período menstrual.
REVISÃO
O
ciclo menstrual (CM) consiste de muitas alterações que ocorrem no
útero, vagina, ovários, mamas e na secreção de hormônios gonadotrópicos
pela adeno-hipófise. A duração de um ciclo regular é em média de 28
dias. Ele pode ser mais longo de até 45 dias, ou curto, de apenas 20
dias.2,3
A duração do ciclo varia de uma
mulher para outra e até numa mesma mulher. O CM é dividido em 3 fases
distintas: fase menstrual, fase proliferativa ou folicular e fase lútea
ou secretória. Outros autores, Vander et al.3, consideram apenas a fase
folicular e lútea, inserindo a fase ovulatória como uma etapa tardia
dentro da fase proliferativa.
A fase menstrual inicia-se no 1º
dia da menstruação até o 5º dia. Caracteriza-se por uma redução súbita
nos níveis de progesterona e estrógeno. A fase proliferativa dura do 6º
até o 13º dia após a menstruação. Nesta fase aumenta a secreção de
estrógeno até o seu nível mais elevado. Seguindo a fase proliferativa
nas mulheres que apresentam um ciclo sexual normal de 28 dias; ocorre a
ovulação no 14º dia2,3.
Segundo Guyton et al.2,
aproximadamente dois dias antes da ovulação, por motivos ainda não
inteiramente esclarecidos, a secreção de LH pela hipófise anterior
aumenta acentuadamente elevando-se entre seis e 10 vezes, atingindo seu
nível máximo cerca de 16 horas antes da ovulação. Em seguida, vem a fase
lútea ou secretória que vai do 15º ao 28º dia após a menstruação. É
quando são secretadas grandes quantidades de progesterona e estrógeno,
mas principalmente progesterona2,3. Nos últimos
dias do CM, o corpo lúteo degenera-se e os níveis progesterona e
estrógeno caem, provocando o início do fluxo menstrual e um novo ciclo
se repete.3
Há muito que o treino de força
vem conquistando grande número de mulheres, sendo importante componente
do programa para promoção da aptidão física e saúde. Existem diversos
protocolos de treinamento de força para melhorar diferentes aspectos do
sistema neuromuscular4; entretanto, a maioria destes métodos se originou da observação empírica, sem comprovação científica.5
A
diferença entre esses protocolos de treinamento é a forma como as
variáveis agudas (intensidade, o volume, o período de descanso entre as
séries e a ordem dos exercícios) são dispostas 5,6. Apesar de muita
controvérsia sobre a superioridade de um método sobre o outro, os
estudos que avaliaram a eficiência e as adaptações provocadas por estes
sistemas de treinamento a longo prazo são escassos.7
Estudos de Dias, Simão e Novaes8 evidenciaram não haver diferença em relação a força nas diferentes fase do ciclo menstrual em testes de força de 10 RM.
Estudos de Simão ET.al.9
concluiu que o desempenho no exercício LP aumentou nas fases
intermediárias (2ª e 3ª) em relação à primeira fase. Na quarta fase, por
outro lado, a carga mobilizada tendeu a diminuir. Assim, pelo menos na
amostra estudada, pode-se sugerir a influência do CM sobre a capacidade
de produzir força em membros inferiores. Já para membros superiores,
praticamente não houve alterações de carga em nenhuma das fases
avaliadas.
Chaves, Simão e Araújo10
estudou a flexibilidade e sua relação com o ciclo menstrual em 15
mulheres e o estudo concluiu que as alterações das capacidades físicas
apresentadas durante as diferentes fases do CM estão sujeitas a
considerável variação individual. Algumas mulheres não apresentam
nenhuma alteração perceptível na sua capacidade de desempenho em
qualquer período do seu CM, enquanto outras, no entanto, exibem
desempenhos variáveis ao longo do ciclo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nenhum
estudo evidenciado nesse artigo apontou aspectos negativos sobre o
treinamento nas diferentes fases do ciclo menstrual, desta forma,
podemos dizer para as meninas: Podem treinar a vontade!!
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