A Polêmica Testosterona
Muitas descobertas estão desmistificando cada vez mais antigos conceitos e equívocos da medicina, o desequilíbrio hormonal pode levar a riscos de vida por desconhecimento do equilíbrio entre testosterona e estrogênio
Existe pouco conhecimento quando se discute sobre reposição hormonal em homens na idade avançada. Sabemos que os níveis de testosterona são altos aos vinte anos de idade e que o mesmo não acontece com o passar dos anos, já que esses níveis começam a abaixar.
Estudos relatam que a testosterona baixa é associada ao alto percentual de gordura abdominal, perda de sensibilidade a insulina e aterosclerose.
Um importante papel da testosterona é possibilitar o HDL remover o excesso de colesterol das artérias e transportando-o assim para o fígado. Esse efeito é vital na prevenção da obstrução arterial.
Cardiologistas normalmente prescrevem estatina para abaixar o LDL e triglicérides, mas falham em não manter o nível de testosterona suficiente em seus pacientes para que o HDL remova o acúmulo de colesterol nas artérias. Por isso que a estatina as vezes não funciona como deveria em homens mais velhos ou que apresentam déficit de testosterona.
Vários estudos documentam a vital importância que a testosterona possui no processo metabólico. O desequilíbrio hormonal pode levar a riscos de vida por desconhecimento do equilíbrio entre testosterona e estrogênio.
Já é notório que homens com taxas de testosterona normal tem menos probabilidade de possuir diabetes, hipertensão e outras doenças cardiovasculares. Homens com testosterona acima de 550 ng/dl apresentaram 30% menos intercorrências cardivasculares em diferentes estudos. Outros com níveis abaixo de 550 ng/dl relataram riscos cardiovasculares.
A conclusão de diversos autores e pesquisadores sugere que altos níveis de testosterona estão associados com a redução do risco de doenças cardiovasculares em idosos.
Na verdade, os problemas que foram observados no passado quando se aumentava a testosterona não eram causados pela mesma, e sim pela sua conversão em estrogênio por uma enzima chamada aromatase. O efeito negativo é gerado pelo estrogênio elevado que aumenta o risco de ataques do coração pela promoção de agregação plaquetária e coagulação nas artérias coronarianas. Esse hormônio também aumenta a inflamação que pode causar instabilidade das placas obstruindo as artérias coronarianas, o que pode ser perigoso.
Sabemos que o problema é o estrogênio elevado e não a famosa testosterona. Então por que não monitorar os níveis de estrogênio quando se administra testosterona?
A própria obesidade pode causar um aumento dos níveis de estrogênio. É por isso que homens obesos possuem “mamas”. A razão disso é que a gordura abdominal fabrica grande quantidade de aromatase, que converte a testosterona em estrogênio.
Essas pessoas com estradiol elevado devem utilizar um inibidor de aromatase para que isso não aconteça. Aromatase em excesso, além de diminuir a testosterona, ainda produz estradiol em níveis indesejados.
A aromatase pode ser suprimida com fórmulas naturais como extrato de uma planta chamada “Chrysin” e também Lignanas que são compostos químicos denominados fitoestrógenos, que são compostos derivados de plantas com a estrutura similar ao estradiol e os mesmos se ligam fracamente com os receptores estrogênicos funcionando como ligadores ou silenciadores destes receptores.
Se esses nutrientes, presentes no Omega 3 da marca “Life Extension” falham em reduzir o estradiol, deve-se procurar um médico para prescrever alguma droga genérica e barata para inibir a aromatização, como por exemplo, Anastrozol (Arimidex), em pequenas doses como 0,5mg 2 vezes por semana.
Dessa forma, a aromatização é contida e os níveis de estradiol são reduzidos em uma zona segura, enquanto isso a testosterona livre aumenta pelo simples fato de somente um pouco dela ser aromatizada em estradiol.
A testosterona em quantidade correta afeta o HDL para a promoção de saúde da seguinte forma:
1- Eleva a enzima hepática lipase, necessária para remover o excesso de colesterol;
2- O fígado possui um receptor “varredor de gordura” chamado Receptor B1, que estimula a captação do colesterol para processamento e estoque. A testosterona aumenta esse receptor que concomitantemente com a enzima lipase remove o excesso de colesterol dos tecidos levando-os para processamento no fígado, aumentando o HDL e assim prevenindo a aterosclerose.
A fundação “Life Extension” nos USA, começou monitorar o estrogênio em homens desde 1996, antes disso, esse hormônio era considerado importante somente para mulheres.
Esse monitoramento foi baseado em pesquisas em que o desequilíbrio do níveis de estrogênio gerou grandes riscos de doenças degenerativas em idosos, além de observações sobre hiperplasia de próstata e câncer de próstata.
Se por um lado, altos níveis de estrogênio causam tudo isso, níveis insuficientes ou baixos predispõem esses homens a osteoporose e fraturas ósseas.
Em relação a estudos sobre o aumento do câncer de próstata pelo uso da testosterona, o Dr Abraham Morgentale(professor de Harvard), prova absolutamente o contrário no livro “Testosterone for Life”(Mc Graw-Hill,2008).
Os estudos da “Life Extension” corroboram a afirmação do Urologista de que o aumento dos níveis de PSA começam a existir quando os níveis de testosterona diminuem. Caso alguém queira tenha mais interesse sobre esse assunto, poderá consultar os estudos do “Journal of the American Medical Association (JAMA)”.
É muito importante um acompanhamento médico para a reposição e monitoramento desses hormônios. Muitas descobertas estão desmistificando cada vez mais antigos conceitos e equívocos da medicina. Um médico atualizado poderá gerar uma grande mudança na sua saúde e na sua vida.
Por Ricardo Fonseca
0 comentários:
Postar um comentário